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O Vale do Ribeira

O Vale do Ribeira está localizado na região sul, entre os estados do Paraná e São Paulo e pode ser agregado em três regiões com dinâmicas distintas: 

  • Alto Vale, composto pelos municípios de Apiaí, Itaoca, Ribeira, Barra do Turvo, Iporanga, Barra do Chapeu e Itapirapuã Paulista, com baixo dinamismo econômico, com unidades de conservação e com conflitos ambientais;

  • Médio Vale, composto pelos municípios de Eldorado, Cajati, Jacupiranga, Sete Barras, Pariquera-Açu, Juquiá, Tapiraí, Miracatu e Registro, que tem geografia plana, à beira do rio Ribeira de Iguape, o que facilita a agricultura comerciale que concentra a infraestrutura e serviços da região;

  • Baixo Vale: Iguape, Ilha Comprida, Cananéia, Itariri, Pedro de Toledo e Peruíbe, localizado em áreas de mangues e restingas, com baixo dinamismo econômico, e as principais atividades são pesca e turismo

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A região do Vale do Ribeira caracteriza-se pelo clima muito úmido, com áreas declivosas e alto índice pluviométrico, e alta vulnerabilidade às inundações. É tida como a região menos desenvolvida do Estado de São Paulo, pelos baixos índices de desenvolvimento humano, pequena população e menor peso econômico no PIB (Produto Interno Bruto) do estado e do país, entretanto ela já chegou a ser uma das regiões mais populosas do estado, durante o ciclo do ouro.

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O Vale do Ribeira é uma região permeada por manifestações culturais, além de ter patrimônio material e imaterial em toda a sua extensão e concentra cerca de 40% das unidades de conservação do estado de São Paulo, e mantém, em seu território, a maior parte da mata Atlântica do Brasil.

 

A trajetória e a história do Vale do Ribeira resultaram na atual vulnerabilidade socioeconômica e ecológica que são decorrente das interferências antrópicas desde a época colonial (mineração de ouro, obras de engenharia, como a barragem de Valo Grande, entre outros), do relevo, e do regime de chuvas que impacta, inclusive, na produção agrícola que deve ser compatível com áreas inundáveis. A construção da barragem de Valo Grande, em 1855, alterou a dinâmica econômica e de ocupação, com desequilíbrios dos ecossistemas aquático (marinho e dulcícola) e terrestre.

 

A plantação de arroz em área inundável e pesca de manjubas no rio foi substituída pela produção de banana e resultando na formação de latifúndios. Na região do Vale do Ribeira, cada política pública (saúde, educação, segurança pública, transporte, saneamento, entre outras) está territorializada de maneira diferente, de acordo com o olhar que o ente federativo (união, estado, município) realiza a leitura das percepções da área em questão.

 

Outro aspecto importante a se considerar na construção social de um modelo de desenvolvimento local é como definir a prioridade no território, ou, como adequar a visão do estado e da União sobre a região do Vale do Ribeira, uma vez que existem diferentes visões políticas do executivo e do parlamento municipal e as regionalizações das políticas públicas não coincidem, muitas vezes, com a demanda da comunidade local.

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